EU MUDO DE CALÇADA

Já fui bom de briga. Não deixava passar nenhuma discussão. Onde houvesse um contraditório lá eu estava. Nem sempre para ser um ativo participante, mas para ouvir os argumentos.

Com o passar dos anos a experiência mostra quais as discussões que serão resolvidas rapidamente, quais não levarão a nada e quais não vale a pena sequer participar.

A discussão de idéias é sempre produtiva. Afinal, o conhecimento é vasto e impossível um único ser humano detê-lo. Participar de discussões é uma das forma de aquisição de conhecimento dependendo de quem são os interlocutores.

É comum ignorantes acreditarem que suas parcas informações são suficientes para entender o mundo. É comum ver o ignorante erguer a voz, tentar desqualificar o interlocutor ou até agredir o outro.

Todo ser humano merece respeito, mas nem toda idéia merece ser debatida.

É sabido que 1 + 1 = 2. Não se discute um fato básico. Mas se há defensor do contrário, há um ser humano por trás da discussão necessitado de apoio.

Apoio também necessita o ser humano que defende erros maiores. Exemplo: a ineficiência do Estado é um fato comprovado pelo último século da História. Há quem defenda o Estado como agente ativo de mudanças na qualidade de executor das mais variadas atividades econômicas.

Os incautos e desconhecedores da história merecem atenção. Merecem que venhamos a investir nosso tempo para lhes contar um pouco do que se passou com vários povos. Mas os mal intencionados não merecem um segundo sequer.

E muitos deles estão espalhados em todos os cantos. Os adoradores do Estado buscam criar conflitos para justificar que o Estado seja o mediador dos conflitos.

A melhor forma de evitar que os mal intencionados atinjam suas metas é não lhes dar atenção. Sem discussão, não há conflitos.

É assim que cheguei à conclusão de que o bom de briga é o que cai fora.

Por isso eu mudo de calçada.

Vamos devolver o Poder ao Povo!

O EXEMPLO

Lamentos sobre a corrupção brasileira, sobre o comportamento dos políticos, sobre o assalto de maus feitores aos cofres públicos, sobre os privilégios dos agentes do Estado, sobre a parcialidade do Judiciário, sobre a perdulariedade dos governos, sobre como o Estado sufoca a sociedade… é voz corrente em todas as rodas de conversas entre pessoas de bem e com bom grau de compreensão da realidade.

Lamentos e mais lamentos…

Lamentos esperando por mudanças… Mas mudanças no comportamento social não acontecem milagrosamente.

Como o filho imita o pai, como o aprendiz imita o mestre, é como as pessoas fazem. Basta exemplos para seguir.

O estacionar na vaga de idoso, o passar no sinal vermelho, o furar a fila, os pequenos delitos, são exemplos para os mais próximos que, um dia, irão repetir… seus exemplos.

Lutar contra o preconceito não se opera com armas contra os preconceituosos. Lutar contra o preconceito é tratar a todos iguais, é dar o exemplo para que outros sigam e, assim, o preconceito seja eliminado.

Não se obtém igualdade de direitos criando cotas, exigindo participação de pessoas por conta de sua cor de pele, de sua origem religiosa ou por conta de sua preferência sexual. A igualdade de direitos se opera tratando a todos iguais porque somos todos seres humanos. Porque viemos ao mundo da mesma forma, porque partiremos do mundo da mesma forma, e tratando a todos iguais não haverá desigualdades de direitos.

É um erro comum interpretar que a luta contra vícios se faz com o uso da força.

Nada mais impactante que o exemplo. Tomemos Jesus e Buda (Siddhartha Gautama) como exemplos. Viu? Exemplos! Apenas com palavras e ações impactaram a humanidade e mudaram o mundo.

Apenas para ilustração, Buddha significa “desperto” e é um título dado àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres. Ou seja, é um título outorgado a quem é um exemplo.

Se o mundo foi mudado com e por exemplos, por que não mudar um país com exemplos?

Seja um exemplo!

Vamos devolver o Poder ao Povo!